.
Alfabetização
Alguns requisitos são fundamentais em um planejamento efetivamente voltado para a sistematização do trabalho em torno da alfabetização:
a) criar condições e tempos escolares destinados ao planejamento, ao diagnóstico, à avaliação e à reelaboração de propostas, buscando-se a progressiva institucionalização de espaços coletivos tais como seminários ou semanas de planejamento, de integração com a comunidade, de escolha de livros didáticos, entre outras possibilidades;
b) estabelecer e compartilhar metas e objetivos, envolvendo professores, alunos e pais, nos processos de sua avaliação e de sua reorientação;
c) definir meios para alcançar objetivos, organizar o processo, registrar e socializar atividades realizadas.
Além da definição de objetivos e metas, é necessário investir nos meios para sua implementação. A organização das atividades em torno da alfabetização deverá levar em conta:
a) a progressão de níveis do trabalho pedagógico, em função dos níveis de aprendizagem dos alunos e da natureza das atividades, envolvendo conceitos e procedimentos pertinentes aos diversos componentes do aprendizado da língua escrita: a compreensão e a valorização da cultura escrita, a apropriação do sistema de escrita, a oralidade, a leitura e a produção de textos escritos. Dependendo do nível atingido pela classe, por grupos ou duplas de alunos, todo o planejamento poderá ser reorientado, em busca de outras alternativas de métodos, de materiais didáticos e de reagrupamento de alunos, sempre tendo como meta mais ampla sua progressiva autonomia em relação aos usos da língua escrita.
b) a criação de um ambiente alfabetizador, ou de um contexto de cultura escrita oferecido pelas formas de organização da sala e de toda a escola, capaz de disponibilizar aos alunos a familiarização com a escrita e a interação com diferentes tipos, gêneros, portadores e suportes, nas mais diversas formas de circulação social de textos. A exposição de livros, dicionários, revistas, rótulos, publicidade, notícias do ambiente escolar e de periódicos da comunidade ou do município, cartazes, relatórios, registros de eleições e muitas outras possibilidades permitem a inserção dos alunos em práticas sociais de letramento, ultrapassando formas artificiais de etiquetagem ou de treinamento da escrita em contextos estritamente escolares.
c) o estabelecimento de rotinas diárias e semanais, capazes de oferecer ao professor um princípio organizador de seu trabalho, desde que atenda a dois critérios essenciais: a variedade e a sistematização. Uma rotina necessita, em primeiro lugar, propiciar diversificação de experiências e ampliação de contextos de aplicação. Em segundo lugar, precisa oferecer um contexto de previsibilidade de atividades, para que os próprios alunos se organizem, consolidem aprendizagens e avancem em seus espaços de autonomia. Nesse sentido, pode ser bastante produtiva a previsão diária e semanal de atividades voltadas para os eixos da leitura, da escrita, da oralidade, das atividades lúdicas e especializadas, levando em conta o melhor momento de sua inserção (início, meio ou final do turno) e a melhor configuração grupal para sua realização (grupos que se familiarizam com determinados conteúdos ou grupos que já se encontram em patamares mais consolidados de aprendizagem). Essa flexibilidade pode conferir maior potencial à proposição de rotinas, como elementos que ajudam o professor a melhor conhecer seus alunos e a monitorar as modificações necessárias para que o planejamento inicial não se desencaminhe das metas mais relevantes inicialmente projetadas.
SALTO PARA O FUTURO / TV ESCOLA
WWW.TVEBRASIL.COM.BR/SALTO
Expectativas de Aprendizagem em Língua Portuguesa
no Ensino Fundamental de 9 anos
1º. ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
- fazer intercâmbio oral, ouvindo com atenção e formulando perguntas;
- ouvir com atenção textos lidos;
- ler textos conhecidos,como parlendas,adivinhações e canções;
- conhecer e recontar repertório variado de textos literários;
- escrever texto de memória de acordo com sua hipótese de escrita;
- escrever o próprio nome e utilizá-lo como referência para a escrita;
- conhecer as representações das letras maiúsculas do alfabeto de imprensa;
- localizar palavras em textos;
- escrever usando a hipótese silábica,com ou sem valor sonoro convencional;
- reescrever ditando textos conhecidos;
- revisar textos coletivamente, apoiado em leitura em voz alta feita pelo professor.
2º. ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
- participar de intercâmbio oral,ouvindo,perguntando e planejando a fala para diferentes interlocutores;
- recontar histórias conhecidas,recuperando características da linguagem do texto original;
- apreciar textos literários;
- ler,com ajuda,diferentes gêneros;
- ler, por si mesmo,textos conhecidos;
- entender o sistema alfabético,mesmo escrevendo com erros ortográficos;
- escrever alfabeticamente textos que conhece de memória;
- reescrever histórias conhecidas,ditando-as ou de próprio punho.Produzir textos simples de autoria.
3º. ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
-
·participar de situações de intercâmbio oral, ouvindo com atenção, formulando e respondendo a perguntas,
-
explicar e compreender explicações,manifestar opiniões sobre o assunto tratado;
-
apreciar e ler textos literários;
-
·ler, com ajuda, textos para estudar (textos de sites, revistas,etc);
-
re-escrever de próprio punho histórias conhecidas,considerando as características da linguagem escrita;
-
produzir textos de autoria utilizando os recursos da linguagem escrita;
-
revisar textos coletivamente com a ajuda do professor ou em parceria com colegas.
4º. ano
Ao final do ano em curso o aluno deverá ser capaz de:
- participar de situações de intercâmbio que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto tratado,formular e responder perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, fazer colocações considerando as anteriores;
- apreciar textos literários;
- selecionar, em parceria, textos em diferentes fontes para a busca de informações;
- localizar em parceria, informações nos textos, apoiando-se em títulos e subtítulos, imagens e negritos, e selecionar as que são relevantes;
- ajustar a leitura ao propósito e ao gênero;
- re-escrever e/ou produzir textos de autoria com apoio do professor;
- revisar textos coletivamente com a ajuda do professor,prestando atenção nos aspectos de coerência, coesão e ortografia.
5º. Ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
- participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção,intervir sem sair do assunto, formular e responder a perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, argumentar e contra argumentar;
- participar de situações de uso da linguagem oral utilizando procedimentos da escrita para organizar a exposição;
- apreciar textos literários;
- selecionar textos de acordo com os propósitos de leitura, antecipando a natureza do conteúdo e utilizando a modalidade de leitura mais adequada;
- utilizar recursos para compreender ou superar dificuldades de compreensão durante a leitura;
- re-escrever e produzir textos utilizando procedimentos de escritor;
- revisar textos, próprios e dos outros, em parceria com colegas, com intenção de evitar repetições, ambigüidades e erros ortográficos e gramaticais.
Expectativas de Aprendizagem em Matemática
no Ensino Fundamental de 9 anos
1º. ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
- ampliar o conhecimento dos números e contar oral e mentalmente objetos;
- usar estratégias pessoais para resolver problemas com as quatro operações;
- indicar o número certo quando houver poucos objetos;
- ler mapas e plantas baixas simples;
- identificar e representar semelhanças e diferenças entre formas geométricas;
- montar e desmontar embalagens tridimensionais;
- usar o calendário;
- comparar, identificar e estimar grandezas (comprimento,massa, temperatura e capacidade) e iniciar o uso de instrumentos de medidas;
- começar a usar e a fazer tabelas simples.
2º. ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
- realizar contagem oral;
- saber regras do sistema numérico;
- ler e produzir escritas numéricas;
- ampliar o uso de estratégias pessoais nas quatro operações;
- saber resultados de memória;
- usar diversas estratégias de cálculo;
- localizar-se em espaços menos conhecidos e mais amplos;
- identificar e representar diferentes formas geométricas;
- realizar organização temporal com uso do calendário;
- utilizar sistemas de medidas convencionais;
- ampliar o conhecimento de grandezas e o uso de instrumentos de medidas;
- fazer tabelas e gráficos de colunas.
3º. ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
- utilizar o sistema numérico convencional;
- articular melhor os números em estratégias de cálculo mental;
- usar técnicas convencionais de adição e subtração;
- começar a sistematizar algoritmos (conta armada);
- ampliação do uso das operações de adição,subtração,multiplicação e divisão;
- interpretar representações do espaço;
- aprimorar o uso da linguagem específica para figuras e formas;
- saber ver as horas;
- utilizar o sistema métrico(convencional ou não) com mais precisão;
- aprimorar o uso de tabelas simples e usar gráficos com colunas e barras.
4º. Ano
Ao final do ano em curso o aluno deverá ser capaz de:
- realizar contagens crescentes e decrescentes com números naturais;
- realizar cálculos aproximados;
- reconhecer, usar, comparar e ordenar números racionais;
- explorar os significados das frações;
- saber resultados de contas de multiplicação de memória;
- fazer operações de números naturais com estratégias pessoais e operações convencionais;
- identificar posição e movimentação em malha quadriculada;
- reconhecer semelhanças e diferenças entre figuras geométricas;
- reconhecer planificações e identificar formas plans de figura tridimensional;
- compreender e calcular o perímetro;
- reconhecer e usar unidades de medida;
- utilizar o sistema monetário brasileiro;
- interpretar dados de tabelas simples e de dupla entrada e de gráficos de colunas,barras e linhas.
5º. ano
Espera-se que ao final do curso o aluno seja capaz de:
- compreender e usar as regras do sistema de numeração decimal para leitura, escrita,comparação e ordenação de números naturais;
- explorar diferentes significados das frações;
- escrever,ler, comparar e ordenar números racionais;
- resolver problemas nas quatro operações, usando estratégias pessoais, convencionais e cálculo mental;
- usar porcentagens;
- explorar a ideia de probabilidade;
- descrever, interpretar e representar a localização e a movimentação de uma pessoa ou um objeto;
- reconhecer poliedros e identificar relações entre faces, vértices e arestas;
- utilizar unidades comuns de medidas em situações problema;
- calcular perímetros e áreas;
- usar unidades de medidas de área;
- interpretar e construir tabelas simples, de dupla entrada, gráficos de colunas, barras,linhas e de setor.
Por que musicalizar?
A musicalização, além de transformar as crianças em indivíduos que usam os sons musicais, fazem e criam música, apreciam música, e finalmente se expandem por meio da música, ainda auxiliam no desenvolvimento e aperfeiçoamento da:
- Socialização
- Alfabetização
- Inteligência
- Capacidade inventiva
- Expressividade
- Coordenação motora e tato fino
- Percepção sonora
- Percepção espacial
- Raciocínio lógico e matemático
- Estética
O objetivo central da educação musical é a educação pela música, que engloba vários aspectos do desenvolvimento humano. Entre estes, citamos:
1. Desenvolvimento da manifestação artística e expressiva da criança
A educação musical pretende desenvolver na criança uma atitude positiva para este tipo de manifestação artística, capacitando-a para expressar seus sentimentos de beleza e captar outros sentimentos, inerentes a toda criação artística.
Assim como se utiliza da palavra ou gestos para manifestar suas idéias, terá como meio de expressão mais uma forte ferramenta na construção de seus argumentos - a música. As crianças tendem a pensar na música como sendo sobre "coisas", isto é, como contando histórias, expressando idéias, vivendo situações.
Há estudos sobre crianças autistas (Gardner - As artes e o desenvolvimento humano), em que "estas crianças, extremamente perturbadas e que freqüentemente evitam o contato interpessoal e talvez nem falem, possuem capacidades musicais incomuns. Isto talvez, porque houvessem escolhido a música como principal canal de expressão e comunicação, ou também porque a música é tão primariamente hereditária e que precisa de tão pouca estimulação externa quanto o falar ou andar de uma criança normal." Por exemplo, uma criança de 18 meses que cantava árias de ópera, embora só viesse a falar com 3 anos de idade; de 30 crianças autistas, apenas uma não mostrava interesse pela música.
2. Desenvolvimento do sentido estético e ético
Durante o processo de criação e depuração dos elementos musicais, ou mesmo no processo de expressão, busca-se aí o equilíbrio e a crítica sobre o conceito do belo, do pleno, do satisfatório. As campanhas de mídia pelas quais passamos nestes dias, trabalham muito fortemente sobre nosso poder de julgamento e decisão . Muitas vezes, esquecemos se algo é realmente bom, ou bonito ou dispensável. Simplesmente aceitamos. A criança tem sido um grande alvo da mídia e também sofre esta influência.
Através da música, com seus valores estéticos intrínsecos, e de atividades voltadas especialmente para o desenvolvimento do valor estético, pretende-se resgatar o sentido do belo e do justo em relação às coisas que nos rodeiam e também às nossas atitudes. O poder de escolha intermedia a busca da estética, e esta exteriorização é a base da ética.
3. Desenvolvimento da consciência social e coletiva/ética
Quando a criança canta, ou está envolvida com papéis de interpretação sonora em coletividade, sente-se integrada em um grupo e adquire a consciência de que seus componentes são igualmente importantes. Compreende a necessidade de cooperação frente aos outros, pois da conjunção de esforços dependerá o alcance do objetivo comum.
Quando estuda música em conjunto, torna-se mais comunicativa e convive o tempo inteiro com regras de socialização. Existe a possibilidade de respeitar o tempo e a vontade do outro, criticar de forma construtiva, ter disciplina, ouvir e interagir com o grupo.
4. Desenvolvimento da aptidão inventiva e criadora
A educação através das artes proporciona à criança a descoberta das linguagens sensitivas e do seu próprio potencial criativo, tornando-a mais capaz de criar, inventar e reinventar o mundo que a circunda.
E criatividade é essencial em todas as situações. Uma criança criativa raciocina melhor e inventa meios de resolver suas próprias dificuldades.
A criança se envolve integralmente com a música e a modifica constantemente, exercitando sua criatividade, e transformando-a pouco a pouco numa resposta estruturada de acordo com seus objetivos.
A criatividade é ilimitada no ser humano. Atualmente, com o crescimento tecnológico e a busca de soluções cada vez mais aprimoradas para os problemas vividos pelo homem atual, busca-se incansavelmente o desenvolvimento da imaginação humana, semente de toda a evolução.
5. Busca do equilíbrio emocional
Para os gregos, a educação musical aprimorava o caráter e tornava úteis os homens em palavras e ações, e os estudos de música começavam na infância e se estendia por toda a vida.
Também o jogo musical, que não se liga a interesses materiais ou competitivos, mas absorve a criança, estabelece limites próprios de tempo e espaço, cria a ordem e equilibra ritmo com harmonia.
6. Reconhecimento dos valores afetivos
Para Piaget, o afeto é o principal impulso motivador dos processos de desenvolvimento mental da criança e, para Celso Antunes, a afetividade pode ser construída através de estímulos adequados e medidos. Através da música e de seu processo de criação, torna-se aqui a criança o criador, o gerador, formando um eterno vínculo com sua produção ou autoria . "Fui eu quem fiz!" eles dizem com satisfação. Este é fator positivo para o desenvolvimento de sua auto-estima e identificação de suas motivações.
O que a matemática tem a ver com leitura?
Informações sobre o índice de analfabetismo da população que se restringiam à apuração de quantas pessoas são capazes de ``ler e escrever um bilhete simples``,embora relevantes, são insuficientes. Por isso, tornou-se necessário investigar com mais cuidado o fenômeno do analfabetismo, para que se pudesse conhecer um pouco melhor as condições e os recursos de que as pessoas dispõem para enfrentar as demandas de seu cotidiano e identificar contribuições que a escola poderia prestar para a democratização das relações da população com o mundo da escrita. É nessa perspectiva que o Instituto Paulo Montenegro e a Ação Educativa realizam,desde 200l,uma pesquisa anual para a construção do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, o Inaf.Não se trata de uma pesquisa escolar como o Saeb(Sistema de Avaliação da Educação Básica) ou Enem(Exame Nacional do Ensino Médio).A pesquisa do Inaf é realizada por entrevistadores do Ibope de casa em casa (a pessoas na faixa etária de l5 a 64 anos,composta de 2000 pessoas,estudantes ou não) para aplicar oralmente um questionário e um teste.
Nos anos ímpares,o teste contém tarefas relacionadas a contextos e objetivos práticos de leitura e escrita.Nos anos pares, o teste propõe aos entrevistados tarefas que simulam situações da vida cotidiana em que os sujeitos se veem obrigados a mobilizar habilidades matemáticas,tais como leitura e escrita de números e de outras representações matemáticas de uso social frequente(gráficos, tabelas, escalas,etc),ou como a análise ou a solução de situações-problema envolvendo operações aritméticas simples(adição,subtração, multiplicação e divisão),raciocício proporcional, cálculo de porcentagem,medidas de tempo,massa,comprimento e área.Inclui ainda a manipulação de calendário,cédulas e moedas,folhetos de propaganda,jornal,mapa e aparelhos simples de medida (relógio,fita métrica,régua).
Por trás da decisão de incluir uma avaliação de habilidades matemáticas num indicador voltado para o letramento, está a consciência de que os modos de produzir, organizar, registrar e avaliar o conhecimento,nas sociedades grafocêntricas,são regidos por critérios estreitamente relacionados à quantificação,à ordenação, à mensuração e à classificação,que, assim, permeiam os textos e as práticas de leitura com os quais a maior parte das pessoas se envolve cotidianamente.
Estamos acostumados a ouvir pessoas dizerem,até sem muito constrangimento,que ``não sabem nada de matemática``.Essa declaração,em geral, não corresponde exatamente à verdade;está menos relacionada às atividades que a pessoa desenvolve no seu dia-a-dia do que a uma dificuldade com a formalização da Matemática que se ensina na escola e ao insucesso nas avaliações dessa disciplina- que pode levar muitas pessoas a evitarem se dedicar a tarefas de cálculo que se aproximem daqueles conhecimentos escolares.
Com base nos resultados no INAF, a maior parte dos brasileiros jovens e adultos (46%) já demonstra dominar completamente a leitura dos números naturais,independente da ordem de grandeza,são capazes de ler e comparar números decimais que se referem a preços, contar dinheiro e ``fazer`´ troco. Também são capazes de resolver situações que envolvem operações(adição,subtração,multiplicação e divisão),mas só aquelas em que um único cálculo é necessário.Esse grupo consegue identificar a existência de relações de proporcionalidade direta(entre preço e qualidade de produtos,por exemplo) e de proporcionalidade inversa (como entre o número de prestações e o valor da prestação),mas ainda apresenta dificuldades na resolução de problemas que envolvem cálculos com essas relações.
Essas dificuldades devem ser tomadas como alertas pela escola sobre a necessidade de se desviar o foco de uma abordagem ainda excessivamente preocupada com as técnicas de cálculo,para a construção de espaços de discussão de estratégias diversas de resolução de problemas que, contemplando questões do cotidiano- não como um rdeucionismo,mas justamente em sua complexidade e multiplicidade de fatores e expressões envolvidas - possa revelar possibilidades, e também limites, dos instrumentos e dos critérios matemáticos para se compreender o mundo ...e transformá-lo.
Texto com base na matéria da Revista LeituraS por Maria da Conceição Ferreira(doutora em Educação pela Unicamp e coordenadora do programa de educação Básica de Jovens e Adultos da UFMG).
Um certo olhar - livros e leitura entre professores e alunos
As pessoas aprendem a ler antes de serem alfabetizadas .Desde pequenos,somos conduzidos a entender um mundo que se transmite por meio de letras e imagens.Mesmo as crianças que residem longe dos grandescentros urbanos, ou não dispondo,pois, de livros e impressos,conhecem o significado de certas siglas e sabem identificar as figuras e os nomes de personagens,divulgados por meio da propaganda audiovisual,da televisão,das histórias ouvidas e reproduzidas.
A literatura infantil pode ajudar o professor a alcançar um resultado melhor,colaborando para o sucesso de seu trabalho. Os livros para crianças despertam o gosto pela leitura,não tem propósito pedagógico e ainda divertem.
A primeira medida a ser tomada pelo professor é certamente,colocar os livros ao alcance dos alunos em sala de aula.A proximidade entre o leitor e o texto, na forma de livro,motiva o interesse e induz a leitura,mesmo no caso de pessoas que ainda não foram alfabetizadas. Por isso, publicações destinadas a elas apresentam muitas ilustrações,pois a imagem captura a atenção do leitor e, por estar acoplada à escrita,suscita o interesse por seu entendimento.
Várias publicações de autores brasileiros,destindas ao leitor aprendiz,podem colaborar com o professor,como é o caso da Coleção Gato e Rato,de Mary e Eliardo França,dirigida a crianças em período de alfabetização porque as narrativas são divertidas,conduzindo a atenção do leitor até o final.
Para tomar a segunda medida o professor precisa ficar atento à destreza e interesse de leitura por parte dos alunos.Ele será compreensivo com o estudante que apresenta dificuldades para acompanhar o texto,apoiando-o com a indicação de produtos ao mesmo tempo bons e fáceis de entender.Se as coisas fossem mães,de Sylvia Orthof,é uma dessas obras que estimula a imaginação da criança, e também sua inteligência,sem apresentar dificuldades de interpretação.
A fada que tinha ideias,Fernanda Lopes de Almeida, cria a personagem Clara Luz,que, insatisfeita com o papel convencional usualmente atribuído a seres como ela,permanentemente inventa novidades.No começo da história, a pequena fada é advertida pelos adultos,que julgam inadequado seu comportamento;na sequência,porém,ela demostra que suas atitudes são válidas para si mesma e para todo o grupo,vindo a representar a vontade de as crianças serem respeitadas pelos mais velhos.
Nos contos tradicionais,a fada é a personagem boa,enquanto a bruxa é má, prejudicando os demais. A bruxinha atrapalhada, desmente este padrão,pois a protagonista das histórias curtas de Eva Furnari suscita a simpatia do leitor, que experimenta com ela as dificuldades de afirmação no mundo adulto.Por sua vez,em O fantástico mistério da Feiurinha,Pedro Bandeira contraria outro estereótipo do conto de fadas clássico: o da jovem que,por ser bela seduz o príncipe encantado.No livro, a personagem principal é a menina feia,de quem depende o mundo das fadas para não desaparecer,levando com ele o imaginário representado pela infância.
Coisas de menino, de Eliane Ganem,e Os meninos da rua da praia,de Sérgio Capparelli, expõem as diferenças entre ricos e pobres, enquanto Nó na garganta , de Mirna Pinsky, afirma que a cor da pele não é justificada para valorizar ou diminuir as pessoas. A droga da obediência, de Pedro Bandeira, e A casa da madrinha, de Lygia Bojunga Nunes, por sua vez, mostram ser preciso lutar pela liberdade, quando os poderosos procuram sufocar o crescimento intelectual dos indivíduos.
Professores e alunos não ficarão indiferentes à proposta de livros como os enumerados antes.Aprenderão juntos que a literatura,, dirigida ou não para as crianças,lhes proporciona grande variedade e sabedoria, aprofundando as relações humanas na escola e sua participação na sociedade.
Texto baseado na matéria da Revista LeituraS,por regina Zilberman professora da Teoria de Literatura e Literatura Brasileira da PUC do Rio Grande do Sul.
Poesia em Sala de Aula
l. Leia (ou recite) poemas para a turma
leitores que leem com pouca fluência dependem da leitura em voz alta do professor para descobrir os poemas que estão dentro deles. Brinde os estudantes com a leitura de poemas e eles aprenderão a apreciá-los com você.
Mas lembre-se do que diz Rubem Alves,trata-se de uma arte. Como um autor ensaia para emprestar seu corpo, sua voz aos personagens, assim também nós, professores, devemos preparar cuidadosamente a leitura em voz alta.Ao escutar a nossa própria voz, é como se ouvíssemos outras vozes,que sugerem possibilidades: um toque diferente para essa passagem,maior velocidade para aquela outra,ênfase em certa palavra etc.
2. Ensine a turma a ler em voz alta
Além de ler poemas,é importante que nos empenhamos em ensiná-los a ler poemas em voz alta.Comece propondo uma leitura simples,em que as pausas sejam orientadas pelo sentido e pela sintaxe.Por exemplo,há um trecho no poema ``Belo belo`` no qual o poeta diz que quer quatro coisas: a solidão, a água, a rosa, a luz que,exigente, ele se encarrega de especificar. Uma leitura que desse igual peso a todos os versos acabaria não sugerindo que sobre a escarpa inacessível é o lugar onde floresceu a rosa que ele quer; nem que piscando no lusco-fusco especifica o momento em que deseja a luz da primeira estrela.Uma boa leitura estabeleceria essas duas conexões.
Aos poucos estimule-os a realizarem leituras mais expressivas que levem em conta, além dos aspectos já citados,os versos,as rimas e outros recursos estilísticos empregados pelo poeta.Por exemplo,os versos ``Belo belo`` e ``Quero quero`` funcionam como uma espécie de refrão que isola segmentos temáticos que podem ser valorizados na leitura.Vejamos uns trechos:
Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco
3. Ensine a ver poemas visuais
Há poemas em que o poético não se evidencia pelo encadeamento linear dos versos, mas pelo jogo com a linguagem que se concretiza na justaposição de palavras na página, na materialidade das próprias palavras que se fragmentaram e se recompõem.O verso tradicional dá lugar a uma linguagem sintética,dinâmica e o poema transforma-se em objeto visual que pede,simultaneamente,para ser lido e visto.Vejamos o poema de José Paulo Paes.
Elegia holandesa
águamolepedradura
águaáolepedradura
águaáglepedradura
águaáguepedradura
águaáguapedradura
águaáguaáedradura
águaáguaágdradura
águaáguaáguradura
águaáguaáguaadura
águaáguaáguaádura
águaáguaáguaágura
águaáguaáguaágura
águaáguaáguaáguaa
águaáguaáguaáguaá
(disponível em https://www.revista.agulha.nom.br/jpaulo.html)
José Paulo Paes, já no primeiro verso,introduz duas modificações à primeira parte do provérbio:corta a preposição ``em`` e elimina a segmentação entre as palavras: águamolepedradura.Mas, a partir do segundo verso,provoca uma verdadeira erosão no provérbio: a cada verso,as palavras - mole,pedra e dura - perdem letras para dar lugar às letras que fazem parte da palavra ``água``.
Sinteticamente e de maneira figurada,os provérbios expressam crenças e valores de um determinado grupo social.O poeta,mais sinteticamente ainda,mostra como a `´água`´´pode se infiltrar e dissolver a dureza das pedras,isto é, a água tanto bate até que fura.Que sacada,não?
Ao extrair letras das palavras,ao sugerir no título a longa luta do povo holabdês contra o avanço das águas,o poema provoca um deslocamento de sentido e faz com que o leitor abandone o sentido figurado,mas automatizado do provérbio,para retomar o sentido primeiro das palavras ``água`` e `´pedra``.E é assim que um lugar-comum se transforma em um poema incomum.
Texto baseado na matéria da Revista LeituraS.
Alfabetização através do Lúdico
A alfabetização é um processo que se inicia desde o útero da mãe, onde a criança já percebe os sons da linguística.
A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas potencialidades, as capacidades de inserção e de participação das diversas práticas sociais.
A alfabetização é um processo, e nesse processo, a criança necessita de atividades significativas e prazerosas, que propiciem desafios para que as crianças sintam-se estimuladas a construírem seus conhecimentos. Entretanto, para que a construção do conhecimento na criança seja significativa para ela, temos que ajudá-la, estimulando com jogos e atividades, para que ela possa construir o seu conhecimento e descobrir o seu mundo através do seu mundo imaginário, através da fantasia.
Alfabeto
A
Ela está no astronauta
e nas asas do avião.
na andorinha e no anjinho,
na arara e no azulão
é de águia,água e alho,
é de abelha,a que faz o mel.
B - está n abola
e na balano bigode e no botão.
está na bolacha na gulosa Magali.
vem no começo do Bidu e do Bugu.
E no meio do Cebolinha.
É de boca e banana,
de balão e baleia.
C –
ela está no cebolinha,
na Cascuda e no Cascão.
No caipira Chico Bento
e no nosso coração.
Tem no cabo,no cabide,
no cachorro e no camelo.
D –
aparece no Dudu,
que não gosta de comida.
Mas não vem na Magali,
a gulosa mais querida.
Ela está na nota dó,
no dado e no dedal.
E –
por três vezes aparece
no querido Zé Lelé.
Vem no meio do cabelo
e no fim do cafuné.
Está na estrela do céu e do mar.
Na escova e no espelho,
para a sereia se pentear.
F –
está na folha e na flor,
Temos frango e no feijão.
Está na fada e no floquinho,
No foguete e no fogão.
Tem no fogo e na fumaça
Tem na fita e na fivela
E na franja do franjinha.
G –
tem na gema,no grilo e na grama.
Na Giselda,a galinha
Que o Chico tanto ama!
Está no gafanhoto e na girafa.
No golfinho e na gaivota,
E no gato angorá.
H –
está no Humberto e na hiena,
No hotel, no hospital.
E na horta da Helena.
Está na hora e no Horácio
E na história do Horácio
Que espera construir
No horizonte o seu palácio.
I –
ela está no cebolinha
E no fim da Magali
Da cebola ela sumiu,
Pra ficar com o Titi
Vem no irmão e na irmã
Na índia e na ilha.
J –
ela está na jararaca
E na juba do leão
No jiló e na jibóia
E até no Jotalhão!
Está no jabuti
E também no jacaré.
K W Y– são usadas em siglas,símbolos,
nomes próprios estrangeiros e seus derivados.
Ex.: Km, watt, Byron, byroniano.
L -
tem na lata e no lago,
Na laranja e no limão
Tem nos lábios da Lucinha,
No largato e no leitão
Tem no livro e no lápis
Na luva e no lenço.
M –
tem na Mônica geniosa
E nas meias das meninas.
Tem nas mangas e no mamão.
Mas não tem no abacaxi.
No melão na melancia.
No guloso macaco.
N –
tem nas nuvens
E no ninho do aprendiz.
Tem no nó e na noz.
No novilho e na navalha.
No navio e no novelo,
Na nenê e na Natália.
O –
tem na oca e nos óculos,
Tem no ouro e no osso
Vem na ostra e nas ondas,
Duas vezes vem no almoço.
P –
tem na pipa e na panqueca,
No palmito e no palito.
Ela está no peixe,
Na pa´, no pé, no pão!
Vem na pipoca e no pilão.
Q –
está no quadro e no queijo,
E no queixo do Quinzinho.
Tem no quarto e no quintal.
No quiabo e no quintal.
R –
está na renda, no retalho,
E na roupa da Rosinha.
Tem no rolo e no relógio,
Tem no repolho e na raiz,
Tem na rede, no rádio
E no rosto da Ritinha.
S -
tem na seta e no sete,
No saco e no saci.
Tem no sol e na semente,
No sapo e no sapato.
Tem na serra e no serrote
Na saia e no saiote.
T –
ela vem no tamanduá
E também na tartaruga
Está na toca do tatu
No Titi e no Thuga.
Tem no tênis, na toalha
E na túnica da Tina.
U –
ela está na uva,
Na unha e no ursinho.
Vem uma vez no bidú,
Mas gostou e quis ficar
Duas vezes no Bugu.
V –
tem na vaca,no veado
E no vampiro Zé Vampir.
Tem no verde,no vermelho,
Na vara e no varal.
No violino e também no violeiro.
X –
ela vem no xaveco,
Mas com a chave nunca está.
Vem no começo da xicara,
E no meio do peixe.
Tem na xícara, no caixote,
E no lindo nome da Xuxa.
Z –
ela está no Zé da roça,
Zé Vampir e Zé Lelé.
Tem na zebra e No zebu,
No marido da abelha
Que é chamado de zangão.